sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Crise no Boavista

No inicio da semana, após mais uma derrota do Boavista, ainda por cima em casa, e com mais queixas por parte do treinador das arbitragens, o presidente João Loureiro demitiu-se.
Sobre a presidência de João Loureiro, a vida dela foi como a de um produto: com inicio, crescimento, pico, queda e fim. Na 3ª feira foi o fim. O Boavista cresceu muito nas 2 últimas décadas com a família Loureiro a dirigi-lo. Passou de um clube da bairro a campeão nacional. Em 2001 foi o ponto máximo da presidência de João Loureiro. O Boavista foi campeão nacional. Um outsider no meio de Porto, Benfica e Sporting. Após presenças pela Liga dos Campeões, o desejo de ter um estádio no Euro 2004 foi, grosso modo, a ruína do Boavista e que é uma das causas estruturais da saída de João Loureiro. O clube endividou-se para ter o estádio e agora sofre as sequelas (passivo de 25.000.000). A questão é: será que valeu a pena? Por enquanto, do meu ponto de vista, não. Os jogos à 2ª e 6ªf sempre com transmissão televisiva afastam o público do estádio e do clube. Na realidade só enche quando passa por lá a selecção. De forma nenhuma o investimento está a trazer os devidos efeitos.
As causas conjunturais vêm todas na sequência deste entalamento. O Boavista atravessa uma crise de credibilidade, na medida em que tem salários em atraso, ou se preferirem sempre que se fala de ordenados atrasados aparece o nome do Boavista. Vemos um plantel muito fraco, onde falta mística aqueles jogadores. Notamos que embora seja o 4º clube mais formador de jogadores do país, é também daqueles que menos aproveita. E nestas últimas jornadas vimos um treinador (referência obrigatória na história do clube) que ainda não percebeu que tem de mudar os seus métodos de treino visto que os jogadores ainda não se adaptaram à sua metodologia. Por sua vez os critérios de rigor das contratações e dispensas deixam muito, muito a desejar. Por fim vemos uma justificação para maus resultados pouco realista: os árbitros. Não digo que uma vez ou outra prejudique o Boavista. Agora vir constantemente para as conferência de imprensa sacudir a água do capote ...
Por estes motivos chegou ao fim a presidência Loureiro, um fim anunciado.
O Boavista está-se a tornar um clube sem alma e indiscutívelmente perdeu, por culpa própria e não só, o estatuto de 4º grande de Portugal.

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