domingo, 15 de maio de 2016

Liga NOS: as decisões (parte I)

Dos jogos de ontem ficou a descida do U. Madeira, a permanência do Setúbal e Tondela e a ida à Europa do Rio Ave. Eis a análise do Desportubol:

- O milagre do Tondela
O Tondela de Petit conseguiu a permanência. Muitos poucos acreditavam que era possível, inclusive os próprios jogadores com várias derrotas comprometedoras. Ao longo da época foram cometidos alguns erros sobretudo o de casting ao contratar Rui Bento. Felizmente, os dirigentes encontraram Petit. Com muita crença, trabalho, suor e sorte, conseguiu dar a volta. O calendário ajudou (despachou logo Benfica e Sporting no início da 2ª volta) e o clic deu-se no Dragão. A vitória frente ao FCP com os ingredientes descritos, fez a equipa acreditar que era possível. Esse foi "o" jogo que fez a diferença. Desta equipa do Tondela ficam alguns nomes: o guarda redes Cláudio (não percebo porque não foi opção desde o início da época ... talvez por ser português), Pica (central veterano proveniente dos escalões inferiores que foi decisivo com o novo treinador), Luís Alberto (já tinha dado nas vistas na 1ª jornada frente ao Sporting), Nathan Júnior (um brasileiro proveniente da Rússia, uma agradável surpresa, que foi o melhor marcador da equipa - 13 golos) e Murillo (ao contrário de Guzzo aproveitou a oportunidade para se adaptar ao futebol português e mostrar-se ao Benfica). Muito mérito para Petit. Apesar de ser o "vale tudo" em termo de paulada como no jogo da penúltima jornada em Paços de Ferreira, mais uma vez o seu espírito guerreiro, de acreditar até ao fim, valeu o objetivo. Parabéns!


- U. Madeira: culpas para Gudiño na equipa da vaidade
O U. Madeira não tem estádio próprio, tem poucos adeptos (no jogo decisivo de ontem nem conseguiram encher a única bancada do estádio da Ribeira Brava), tem muitos sulamericanos e poucos portugueses (já nem digo madeirenses) e tem um presidente que é muito arrogante e vaidoso, como se viu ao longo da época. Ano de estreia, sem chicotada psicológica e com um bom trabalho de Norton de Matos. O futebol foi bom e houve alguma regularidade. A defesa comprova-o (apenas 50 golos sofridos). O União, porém, cometeu um erro: aplicou-se nos jogos contra os grandes e Académica e desvalorizou os jogos com os concorrentes diretos (chagamos a alertar no Desportubol). Duas derrotas nas duas últimas jornadas, puseram a época em causa. Nestes jogos, ficaram os frangos do guarda redes emprestado pelo FCP, Gudiño. A culpa não é só dele, mas também é dele, que não conseguiu render da melhor forma André Moreira. Porém bons jogadores passaram por lá: o guarda redes André Moreira, o quarteto defensivo (Paulinho, Gallo, Paulo Monteiro e Joãozinho), os médios Shehu e Gian e os avançados Danilo Dias e Amilton.

- V. Setúbal: outro milagre
O V. Setúbal é um study case sobre como é que uma equipa com apenas 8 pontos na 2ª volta consegue a permanência. O que ficou foi que a equipa estava entroncada na 1ª volta em Ricardo, Ruben Semedo, André Hora, Suk e André Claro. Dois saíram para os grandes (possivelmente devido à asfixia financeira da SAD). André Claro e André Horta não conseguiram carregar a equipa às costas. O projeto tem de ser repensado senão vai acontecer o mesmo que a Académica: descer de divisão. Ontem o estádio esteve repleto (10.998 espetadores).

- Rio Ave: o resultado da profissionalização do clube
O Rio Ave é dos clubes que mais tem evoluído em todos os aspectos nos último anos. Uma estrutura mais profissional, um scouting mais apurado (com o patrocínio dos grandes agentes portugueses) , uma boa equipa técnica (primeiro Nuno Espírito Santo, agora Pedro Martins) e o estatuto do balneário mais divertido. Foi sofrer até ao fim, mas o resultado apareceu e o Rio Ave vai novamente à Liga Europa, sendo mais uma vez uma boa montra para jovens jogadores que os (bons) agentes (i.e. os que interessam) querem projetar. Objetivo alcançado.

- V. Guimarães, uma equipa perdida
Uma época complicada e irregular, no pós Rui Vitória. Armando Evangelista foi um erro de casting. O plantel foi insuficiente e apenas Otávio salvou a honra do castelo. Com Sérgio Conceição, as coisas melhoraram, mas desde a vitória ao FCP em Janeiro que a equipa em vez de levantar voo, regrediu. Os maus resultados sucederam e o Vitória não conseguiu mais que a permanência e um constante vai-vem entre a equipa A e a equipa B. De positivo ficou também a promoção de Miguel Silva (uma das revelações, mas que ainda tem muito que melhorar) e Alexandre Silva (que também ainda precisa de minutos). O Vitória tem de arrefecer e refletir.

- Arouca, estupendo
Elogios, muitos elogios ao Arouca. A pagar certinho, acima da média, com contactos com os agentes certos e a escolha acertada num treinador desvalorizado mas muito competente, conseguiu colocar o clube nas competições europeias. As estrelas desta equipa (Walter, Nuno Coelho, Bracalli, Lucas, Maurides, etc) levaram a equipa longe. Espero que joguem sempre em Arouca e que levem a terra longe, mesmos em auto estrada.

- P. Ferreira, novamente constante
Época certinha do Paços de Ferreira e de Jorge Simão que deu continuidade ao bom trabalho de consolidação de Paulo Fonseca. Apesar de não ir à Europa, exponenciou Diogo Jota (e que falta fez ele ontem) e ainda deu a conhecer mais jogadores da formação como André Leal e Francisco Afonso. Good job!

- Académica
Tudo dito aqui.

- FC Porto: André Silva finalmente marcou
Que desespero, não havia meio do jogador marcou. Ontem, concretizou-se. André Silva é do tipo de jogadores que todos os clubes deviam ter: com raça, que não desistem à primeira e que jogam para o coletivo.

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