domingo, 30 de julho de 2017

O acordar do desporto no feminino - Julho de 2017

No ano de 2017 acordamos para o desporto no feminino.
Num país totalmente virado para o futebol, em particular os três grandes e a seleção (masculina), neste ano acordamos para um outro lado do desporto: o feminino.


Comecemos pelo futebol. Finalmente houve uma direção na FPF que olhou para o futebol feminino. Por e simplesmente "olhou". Até aqui ignorou.
Escolheu uma pessoa da modalidade para dar a cara e definir um projeto: Mónica Jorge. Sporting e Sp. Braga iniciaram e apostaram na modalidade, conjugada com um apuramento histórico para o Europeu da categoria. Por outro lado, nos media, houve a transmissão de jogos em canal aberto e muito marketing. Algo que era estritamente necessário para alavancar a modalidade. Porém, quando FC Porto, Benfica e V. Guimarães acordarem para a modalidade acredito que será ainda mais benéfico.
O futebol feminino em 2017 ganhou melhores condições de treino e de desenvolvimento, mais praticantes, mais competição, mais competitividade, mais protagonistas e mais competência.
Algo que se refletiu na prestação desportiva e mediática da Seleção nacional.

No voleibol, existem muitas equipas a Norte, mas essa fragmentação e amadorismo reflete-se na incapacidade da seleção chegar a algum lado. Porém, é  uma  modalidade, onde existem muitas jovens a praticar desporto, cumprindo-se o objetivo-mor da prática desportiva no crescimento.

O futsal é uma das modalidades onde já havia algum desenvolvimento, essencialmente  pela presença de Benfica e Sporting. Estes clubes já haviam despertado, mas ainda há muito para projetar e crescer.

Olhando para as restantes modalidades, é uma dor de alma. A presença feminina é praticamente insignificante.

Nesta análise, acho que o contributo dos chamados três clubes grandes é fundamental para o desenvolvimento da modalidade. Se o Sporting aposta no futebol, futsal e rugby feminino, o Benfica aposta no futsal e hoquei em patins e o FC Porto não aposta em nada.  São estes os clubes com mais adeptos, que cativam os melhores treinadores, as melhoras jogadoras e melhores condições financeiras e de infraestruturas.

Ainda há muito a melhorar, mas o ano de 2017 marca uma viragem de um nível tão baixo, tão baixo, tão baixo do desporto feminino que qualquer saltinho já é digno de registar.

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