domingo, 3 de novembro de 2019

Primeiras impressões do futebol feminino 19/20


Estamos a 3 de Novembro e depois das primeiras jornadas e de conhecermos os planteis já podemos ter algumas impressões sobre o futebol feminino 19/20.

- Luta a três na Liga BPI
Já se esperava a confirma-se. A Liga está mais competitiva e este ano temos três equipas a lutar pelo título de futebol feminino: Benfica, Sporting e Sp. Braga.
Nos três planteis existem jogadoras de seleção portuguesa e várias internacionais estrangeiras. O Benfica optou pela jogadora brasileira, o Sporting pela brasileira e de Leste, o Braga é mais multinacional optando pela brasileira, americana, camaronesa, nigeriana e venezuelana.
É bom, é mau? Acho que tem coisas boas e coisas menos boas. Vejo-o como uma dor de crescimento, havendo espaço para todas.

- Campeonato tranquilo de 6 equipas
O Futebol Benfica mesmo tendo perdido várias jogadoras para o Amora, tem mantido os bons resultados (falta ainda jogar com os grandes de Lisboa).
O Valadares tem tido alguma irregularidade, mas está a equipa guerreira habitual.
O Albergaria vai-se reinventando todas as épocas. Nesta "só" perdeu a melhor marcadora para o Famalicão, mas tem estado bem.
O Ouriense reforçou-se bem e está no meio da tabela. O Marítimo continua a surpreender.
Já o Estoril, tal como em 18/19 não está a começar a época muito bem, mas tem capacidade para mais e vai recuperar.

- Luta a três pela permanência
Tal como esperado: Cadima, Ovarense e A dos Francos. Os três já levaram com alguns grandes. Vão ser nos confrontos diretos que tudo se vai decidir.

- Betinha, uma das revelações
É da Ovarense e tem 29 anos. Os seus golos têm sido nota de destaque nas primeiras jornadas. Darlene segue imparável.

- Maior visibilidade
O canal Onze tem ajudado, mas os clubes também feito o seu trabalho de casa. Mais dinamismo, mais projeção, mais notícias.
Internacionalmente, Portugal começa a dar nas vistas, devido à boa performance do Braga na Liga dos Campeões e às jogadoras portuguesas que começam a aparecer nos planteis dos "grandes" europeus e que passaram pela Liga BPI.

- Muitos candidatos à subida 
Na 2ª Divisão, existem muitos (e talvez demasiados) candidatos à subida: Famalicão, Gil Vicente, Amorim, Feirense, Amora e Torreense.
Destes diria que Famalicão e Amora, pela experiência das suas jogadoras, são favoritas. Ambos foram contratar à Iª Divisão (Valadares e F. Benfica, respetivamente).
Não incluo o V. Guimarães, que esta época não vai jogar para subir. Tem qualidade, mas talvez na próxima época possa subir, dada a juventude do plantel e inexperiência. O Paio Pires poderá surpreender, dado o seu plantel internacional. O Fiães deverá fazer um bom campeonato também.

- Troca por troca
Nos seniores, entraram 21 equipas  e desistiram 8. É bom este crescimento, mas há muitos cenários diferentes.
i) Desistiu o Sandinenses, entrou o Brito.
ii) Desistiu o Ribeirão, porque o seu plantel foi dividido pelo Amorim, Gil Vicente e Famalicão. As suas juniores foram quase todas para o Famalicão.
iii) Desistiu o Cesarense, entrou o Feirense.
iv) Entra o Correlhã, desistiu o Limianos (futsal).
v) Entra o Pombal, desistiu o Segodim (futsal) e o Casa Benfica Pombal (futsal).
vi) Entra o Estação, desistiu o Fundão (futsal).
iii) Entrou o Bragalona e o Vila Real com a promoção da sua equipa júnior. Ainda muito jovens, não é andar demasiado rápido? Faz sentido?

- O curioso projeto do Felgueiras
É curioso ver o diferente perfil (e capacidade financeira) dos novos clubes.
Enquanto vemos o Famalicão a investir bastante no seu plantel na IIª Divisão, contratando jogadoras da Liga BPI, assistimos ao Felgueiras a dar oportunidade a jovens inexperientes, a maioria das quais sem nunca ter jogado. Claro que os resultados são diferentes, mas é positivo ver projetos como os do Felgueiras, onde impera o amor à camisola. A questão é: não desistirão as suas jogadoras até ao fim da época? Será sustentável?

- Parcerias brasileiras e ausência de projetos
Valadares e Paio Pires apresentam "parcerias" com agentes brasileiros. Se no Valadares há um projeto de formação e todos os anos a concorrência vem buscar jogadores, no Paio Pires é diferente.
Criou a equipa sénior com metade do plantel a serem jogadoras brasileiras "de passagem". Qual o interesse deste tipo de projetos? Que valor acrescentado traz? Quem o financia, são jogadoras amadoras? O que ganha o campeonato e a modalidade? Para o ano, como se mantém a sua sustentabilidade?

- Cobertura geográfica
Esta época com a entrada de novos clubes nos seniores e sub 19, praticamente todo o país está representado. Este fenómeno de crescimento está claramente concentrado no litoral e nas grandes cidades.
Esta época temos:
i) Algarve: 3 equipas em 19/20 face a 1 do ano anterior.
O Guia mantém-se nos seniores, entram Marítimo Olhanense e Ferreiras no sub 19.
ii) Alentejo: Desistiu uma (Santo António). Entra uma (Lus. Évora). Mantêm-se Mil Fontes e Ourique. Saldo positivo!
iii) Castelo Branco: Entrou a primeira equipa (Estação). Há três época havia o Beira Baixa United que desistiu e como já disse, algumas jogadoras do Estação vieram do Fundão Futsal que desistiu).
iv) Guarda: Sem novidades: mantém-se os bastiões Seia e Fund. Laura Santos
v) Viseu: Sem novidades: mantém-se os bastiões Lusitano Vildemoínhos, Nelas, Nespereira e VN Paiva.
vi) Bragança: Sem novidades: mantém-se a AD Paredes
vii) Vila Real: O Vila Real mantém-se o único clube, agora só com seniores.
viii) Viana do Castelo: passou de uma para três equipas: o Âncora passou de juniores, para juniores e seniores e o Correlhã aderiu (com o plantel do Limianos futsal que desistiu).
Seja como for, é bom ter mais equipas e em todo o país. Falta Portalegre.

- As treinadoras
Infelizmente o crescimento dos clubes e atletas não acompanha o nº de treinadoras. Porém, a parte boa é que também não há menos treinadoras que em 18/19. Susana Cova, Gabriela Liberato, Isa Coelho e Sandra Caires são as novidades.
Paula Pinho, Mara Vieira, Mariana Cabral, Joana Rosa, Rita Castro Silva e Joana Maia mantêm-se.

- Ainda faltam clubes com dimensão nacional
Este fenómeno ainda não conquistou alguns clubes que trariam mais desenvolvimento à modalidade: FC Porto, Tondela, Portimonense, Farense, Leixões são exemplos.

Em suma, as primeiras impressões são muito positivas.

sábado, 14 de setembro de 2019

Kick off 19/20 Liga BPI feminina


Amanhã começa a época 19/20 de futebol feminino que promete ser muito mais competitiva que nas três épocas anteriores.
O Benfica é a grande novidade e a aposta é forte do clube da Luz.  Em vez de 2 jogos emocionantes, teremos 6 o que é ótimo para a modalidade. 
Esta entrada, vai trazer uma nova dinâmica e visibilidade ao campeonato. Aliás, nunca se falou tanto do futebol feminino como agora.

Esperam-se jogos desequilibrados, mas menos que nas épocas anteriores. O nível competitivo vai ser maior. Antecipo 3 equipas a lutar pelo título e esmagar as restantes, mais 3 equipas para 4ª a 6ª lugar e as restantes a lutar pela permanência. Três níveis de campeonato.


Com muitas jogadores estrangeiras e várias internacionais portuguesas, o Benfica tem um novo treinador: Luís Andrade. Vai jogar para ganhar e até já foi anunciada a inclusão do Estádio da Luz nas partidas em casa. Um plantel muito forte que é um grande favorito a ser campeão.

O Sp. Braga é o campeão em título, mas torno a questionar algumas opções técnicas. Miguel Santos tem um plantel mais forte que no ano passado, com várias jogadoras internacionais. A renovação do título vai depender muito do onze que escolher nos jogos decisivos com o Benfica. Porque boas jogadoras e na hora H coloca-las no banco não é solução.

O Sporting parece partir um pouco atrás. Conseguiu manter Ana Borges e Diana Silva, mas os reforços são poucos. Louve-se a aposta numa mulher para treinadora: Susana Covas. O sucesso do Sporting vai ser decidido nos detalhes tal como o Braga. Porém o arrojo e a própria utilização do estádio de Alvalade, aquando da presidência de Bruno de Carvalho, parecem ter desaparecido.

Estes três vão lutar pelo título e estão uns passos à frente.

Para o 4º, 5º e 6º lugar, antecipo uma luta a três: F. Benfica, Valadares e Estoril.

O F. Benfica e Valadares mantêm as suas treinadoras. Duas mulheres no comando.
O F. Benfica perdeu algumas das suas titulares para a IIª Divisão, mas mantém o seu núcleo duro. O Valadares perdeu Sara Alves para o Benfica e foi-se reforçar no mercado brasileiro.
O Estoril fez umas trocas com o Benfica de jogadoras, mas mantém a sua competitividade.

Na 2ª metade da tabela, antecipo as restantes equipas.

Do Marítimo espera-se a garra da época passada. Constituída essencialmente por jogadoras madeirenses e sempre com jogos complicados em casa (o Sporting perdeu lá pontos em 18/19), vai dar a luta da época passada. Até porque as adversárias virão desgastadas com a viagem.

No Albergaria, mais um mercado ativo. Daniela Silva surpreendeu ao sair para a 2ª Divisão e é uma baixa de vulto. Paula Pinho vai ter de se reinventar mais uma época. Aliás esta treinadora é marco na modalidade em Portugal.

O Ouriense reforçou-se bem. Alguns regressos de qualidade ao clube, não vai ter grandes dificuldades em se manter.

Do Ovarense esperam-se melhorias face à época passada. Manteve o plantel, depois do trabalho de construção de equipa que teve em 18/19. Esta época espera-se a consolidação do plantel, novamente orientado por Sérgio Barreto. Acredito também que algumas atletas darão nas vistas.

O Cadima anda num sobe e desce, fruto da qualidade do plantel. Sem estrelas, tem um treinador carismático e um grupo muito coeso. Vai ter de dar tudo nos jogos determinantes.

Por fim o A dos Francos, o grande candidato à descida. Um plantel construído muito tardiamente, com um fuga do talento para concorrentes diretos e para o Torreense. As substitutas vêm da 2ª Divisão e sem grande currículo. Será o bombo da festa?

Para estas seis, vão ser os confrontos diretos que vão determinar a permanência de cada equipa.

 Sobre a 2ª Divisão aguardo pela constituição das séries para opinar, mas candidatos não faltam o que é expectável com a chegada de mais clubes à modalidade. Até agora,  Famalicão, Gil Vicente, V. Guimarães (as três reforçadas pelo Sp. Braga B), Amorim, Condeixa, Feirense, Fiães, Torreense e Amora prometem surpreender. Muitos bem reforçadas, com atletas de liga principal e sobretudo projetos credíveis fazem crer que só duas vagas será pouco para tanto talento.

sexta-feira, 16 de agosto de 2019

Apresentações abertas

Nas últimas duas ou três épocas, tem-se assistido um bonito (mas mais caro) fenómeno de apresentação das equipas aos adeptos.

Geralmente os clubes apresentam equipamentos e modalidades no mesmo evento.
Este fenómeno consiste em reservar uma noite de Verão, aberta a toda a população em locais centrais das cidades.

Monta-se um palco, contrata-se um cantor e chama-se a pouplação, levando o clube às pessoas.
Desta forma, aviva-se a memória e a união dos adeptos à volta do clube, podendo ainda vender-se uma cachecois e faturar mais algum.

Também os patrocinadores ganham com esta visibilidade. Mais tarde, nas redes sociais, os clubes promovem estes eventos aumentando o alcance.

Vamos lá aos casos:

- FC Porto
Largo dos leões



- Sp. Braga
Avenida da Liberdade -SC Braga's day - talvez o mais caro. Um dia inteiro a promover o clube no centro da sua cidade.




- Académica
Praça 8 de Maio - em frente à Igreja Santa Cruz em Coimbra



- P. Ferreira
Átrio da Câmara Municipal
- V. Guimarães
Espaço Guimarães (shopping)
- Ac. Viseu
Palácio do Gelo (shopping)

- Gil Vicente
Campo da Feira
- D. Aves
Praça das Fontaínhas


- Feirense
Alameda do tribunal


Mas não são só os clubes profissionais que apostam nestas apresentações nos centros das cidades junto das pessoas.
Nos distritais o Tirsense e o Palmelense também fazem a diferença

- Tirsense




- Palmelense (amanhã)

domingo, 4 de agosto de 2019

Kick off 2019/20

Ontem realizaram-se os primeiros jogos oficiais para as equipas profissionais na época 2019/20.
Em ritmo de pré época, ainda há muita coisa para afinar.

Equipas da Liga NOS

Tondela, Gil Vicente e D. Aves parecem as equipas pior preparadas para a nova época.

No Tondela não se percebe a estratégia. Desde logo destoa por contrariar a aposta em treinadores portugueses. Os seus "investidores" apostaram num treinador espanhol experiente. Olhando para o plantel, as expetativas são baixas. Jogadores medianos ou abaixo disso para o nível competitivo da Liga NOS. Valha a manutenção de Cláudio Ramos e Tavares e veremos o que faz hondurenho Rubilio.

O Gil Vicente tem a árdua tarefa de construir uma equipa do zero. Não é impossível e o Boavista conseguiu-o. Para isso importou muitos brasileiros e contratou um treinador muito experiente, Vítor Oliveira. Os primeiros sinais foram positivos e o Gil Vicente vai ter de apostar nos jogos certos para ganhar e manter-se. Acredito que é possível, mas parecem faltar alguns nomes com experiência no futebol português. Lourency destacou-se no primeiro jogo oficial.

Já o D. Aves não o esconde: está de cinto apertado pela gestão gastadora de Luiz Andrade. O plantel socorreu-se dos mais talentosos que venceram a Liga Revelação, mas Augusto Inácio já alertou: não chega! Perder em casa e a má exibição com o Gil Vicente não foi bom prenúncio. Baixas expetativas.

O Boavista foi eliminado pelo Casa Pia, mas dois dos seus melhores jogadores não jogaram: Gonçalo Cardoso e Ricardo Costa. Não me parece que esta derrota seja crítica não antecipe grandes problemas para os boavisteiros.  A época prevê-se tranquila.

Em Portimão, continua a placa giratória de brasileiros. Trabalho difícil de António Folha tem que construir uma nova equipa e lidar novamente com dois "rejeitados" pelo FC Porto: Everton e Paulinho. Anzai promete e a questão é se conseguirá o Portimonense a adaptação rápida de tanta brasileiro ao futebol português. Haverá motivação? O tempo dirá se a estratégia de Theodoro Fonseca vai resultar.

O P. Ferreira manteve a sua estrutura da época passada. Espera-se uma época tranquila.

O Famalicão perdeu, mas deveu-se a erros pontuais de um guarda redes com alguma experiência. Parece-me ser daquelas derrotas iniciais que vão tornar a equipa mais forte. O facto de ter uma equipa completamente nova também não ajuda. Lamento que tenha poucos jogadores nacionais. Expetativas moderadas face a João Pedro Sousa que tem muito trabalho pela frente. Que venham reforços.

O V. Setúbal promete continuar a fazer as épocas sofridas habituais. Sempre no limbo, a verdade é que vai conseguindo a permanência época após época. Esta deverá ser dentro da normalidade.

O Belenenses conseguiu manter Silas, mas perdeu Muriel e Chaby. Veremos se as novidades compensam estas perdas. Deverá continuar a lutar pela permanência. Continua a ser lamentável ser um clube-empresa sem alma, envolto em polémica, sem estádio próprio.

Já o Santa Clara manteve o seu plantel todo. Aliás, só saiu mesmo Fernando para o FCP no mercado de Inverno e entraram os defesas João Afonso e Steven Vitória. Espera-se uma época identica à anterior.

O Marítimo, V. Setúbal, Moreirense e Rio Ave devem ser as equipas regulares que sempre foram.


Equipas da 2ª Liga

Na 2ª Liga, Académica, Feirense, Chaves, Nacional, Leixões, Farense e Penafiel são os favoritos. 

Na Académica, o treinador César Peixoto promete trazer alguma raça. O plantel perdeu jogadores da mística (Marinho e Real) e manteve Hugo Almeida e Zé Castro. André Claro foi uma boa contratação. A aposta nos sub 23 é que foi residual.

Já o Nacional, manteve a estrutura da época passada na Liga NOS, incluindo os melhores jogadores e ainda se reforçou com Rúben Micael. Luís Freire tem a tarefa facilitada.

O Leixões contratou um treinador de subidas: Carlos Pinto. Apostou também na receita de sucesso: contratar jogadores experientes. Para isso conta com Ivo (baliza), Bura e João Pedro (defesa), Braga (avançado), além dos carismáticos Luís Silva e Allan Junior. Se não subir, pelo menos nos primeiros lugares vai andar.

O Farense vai dando passos para atacar também o topo, apostando na profissionalização da sua estrutura.. Contratou André Geraldes (para CEO), Sérgio Vieira (para treinador) e Fabrício (goleador ex- Famalicão). Não sei se será suficiente para subir já, mas em pouco tempo poderá atacar a subida.

Já o Feirense manteve vários jogadores da época transata. Os reforços não entusiasmam, mas é uma das equipas mais fortes.

Por fim, destaco o Penafiel. Bom plantel porque desde logo manteve Pires, um dos melhores marcadores do campeonato, depois contratou um bom treinador (Miguel Leal), Ronaldo Tavares. Promete uma época competitiva.

No Estoril, tenho curiosidade para ver o que realmente Tiago Fernandes vale. Até agora só demonstrou nos juniores do Sporting. Vai ter a sua segunda oportunidade, depois de ter falhado no D. Chaves. Nota-se que procurou reforçar a equipa com jogadores que conhece (André Franco, Rafael Barbosa e Bragança).


Nota para Vilafranquense, Casa Pia e Oliveirense que não podem jogar nas sua casa. Três candidatos à descida que têm que lutar.

quarta-feira, 12 de junho de 2019

Muitas adesões ao futebol feminino

Nas últimas semanas têm sido vários os clubes a anunciar a criação e captações para o futebol feminino nos seus quadros.

Não sabemos se todos irão conseguir criar equipa nem quantas equipas vão desistir ao nível sénior, mas registo para já a seguinte lista (11):
- Âncora Praia
- Mouquim (Famalicão)
- Famalicão
- V. Guimarães
- Felgueiras
- Fanzeres (Gondomar)
- Feirense
- Sp. Pombal
- CAC Pontinha
- At. Cacém
- AD Pasteis

Nos escalões de formação (sub 19) registo: Famalicão, Ponte da Barca, Chafé, Feirense, Atlético CP, V. Guimarães, Ereira e At. Malveira. Sem escalão: Eixense, Zambujalense e Bobadelense.

Este dinamismo é muito positivo, perante um fenómeno que está a crescer na Europa e por conseguinte em Portugal. A presença de mais clubes, traz mais mulheres e combate a enorme desigualdade de género.
Pintei a negrito os clubes com academias e infraestruturas acima da média, com muita massa adepta. A projeção e condições dadas a estas jogadoras pode-se equiparar ao masculino e até a partilha de scout e tecnologia avançada de treino só possível nestes clubes.

Porém , tenho uma preocupação. 
Neste momento haverá assim tantas jogadoras seniores para tantos clubes?
Estarão alguns clubes a criar equipa só porque sim, mas sem projeto?

Pela dimensão e projeto, vamos ter uma série A na 2ª Divisão de loucos com Famalicão, V. Guimarães e Gil Vicente na luta pela subida, com o Braga B a dificultar. Vai ser dificil às rrstantes equipas manter o nível competitivo. Na Série B, vamos ter Boavista e Feirense a disputar as melhores. No Sul do país, já com os grande Lisboa a monopolizar as melhores (equipa A + equipa B) e o Fut. Benfica e Torreense a tentar os restos, não se esperam grandes novidades.
No Algarve, infelizmente só há uma equipa: o Guia. Não sabemos se vai continuar o projeto, mas os "grandes" algarvios também deviam acordar.


FC Porto, Rio Ave e Belenenses desistiram nestes dois últimos anos. Deviam voltar ao projecto!
Portimonense, Farense, Olhanense, D. Chaves, Varzim, Beira Mar, Sp. Espinho, U. Leiria, Académica, Sp. Covilhã, entre tantos outros fazem falta. Não só pelas condições de trabalho que podem proporcionar, mas pela massa adepta e pelo que representam socialmente.

segunda-feira, 10 de junho de 2019

Portugal ganha a Liga das Nações


Hoje temos motivos para comemorar por várias razões: Portugal venceu a Liga das Nações

Um jogo em que a seleção venceu justamente, foi a melhor equipa em campo e na final nem foi Cristiano Ronaldo quem marcou.

Esta nova competição foi um êxito. Deu continuidade à competitividade das seleções europeuas, com as seleções a valorizarem-na, colocando os melhores e proporcionando emoção e bons espetáculos.

Ontem assistimos a um grande jogo de Bernardo Silva, que foi eleito justamente o melhor em campo. Gonçalo Guedes marcou o golo decisivo. Apesar da ainda haver muita dependência de Cristiano Ronaldo, é importante haver esta renovação, cada vez com maior influência da escola benfiquista.

Ainda assim, temos que constatar a melhoria contínua ao longo das épocas da performance de Portugal, cujo êxito maior foi a conquista do Euro 2016, finalista vencido do Euro 2004 e agora a Liga das Nações 2019. Há um nome em comum nestas conquistas: Cristiano Ronaldo.  Tem de se refletir: e depois dele? Estaremos assim tão dependentes de CR7? Aparentemente sim e nem todos os jogos correm tão bem como este.

Uma nota para o facto da conquista ter sido no Porto e os jogadores terem ido ao topo dos Aliados comemorar com o povo. Geralmente é só em Lisboa e esta descentralização é MUITO importante.

Outra nota para os milhões que a FPF encaixou. Ao longo dos últimos anos, a FPF tem investido em tecnologia, na Cidade do Futebol, nas seleções jovens, havendo ainda dinheiro para o feminino e futsal.

domingo, 9 de junho de 2019

Cadiz, Allan Jr e a depedência benfiquista


O Benfica nas últimas épocas tem contratado alguns jogadores que não são para a equipa A, nem nunca irão lá chegar.
São contratados a clubes pequenos, com problemas financeiros ou com situação financeira débil.

Cádiz é o exemplo mais recente. O Benfica pagou 3 M € a quem lhe detinha o passe, pagando comissões de transferência. Para o Setúbal, uma SAD com problemas financeiros públicos é um autêntico balão de oxigénio.

Allan Jr foi outro jogador. Foi contratado ao Fafe, sem nunca ter jogado nem antes nem durante o contrato com o Benfica na equipa principal, seguindo por empréstimo para equipas da 2ª Liga. Esta semana, terminou contrato e seguiu para Leixões. A razão da sua contratação? Não é claro.

Assim, o Benfica vai colocando vários clubes na sua dependência, seja pela financeira (aquisição dos passes), seja pela desportiva (porque reúne a oferta de qualidade mais barata), forçando a que os clubes mais pequenos se tornem dependentes.

Para o Benfica até pode ser benéfico, mas este paternalismo deixa os outros clubes muito frágeis.

domingo, 5 de maio de 2019

Sp. Braga campeão de fut feminino (Análise)


À terceira foi de vez!

Ao fim de três anos, o Sp. Braga sagrou-se campeão nacional de futebol feminino.

Vamos ao início da época.
António Salvador manteve a aposta no futebol feminino mas foi obrigado a alterações forçadas. Se por um lado manteve o treinador Miguel Santos, perdeu várias jogadoras para o Benfica (no caso de Sílvia Rebelo até foi um favor que o Benfica fez) e ainda Andreia Norton. Para colmatar essas falhas, foi contratar jogadores estrangeiras, com outra rodagem e experiência.
Foi uma aposta feliz. O Braga venceu logo a Supertaça, com a sorte na lotaria dos penalties. Ao longo do campeonato não vacilou e foi mais forte no confronto direto com o Sporting, algo que não conseguiu no passado.
Hoje sagrou-se campeão nacional. Vem para o Norte e é inédito. Parabéns ao Braga.

O Sporting manteve a sua estrutura, mas alguns erros táticos e de opção (Diana Gomes no banco?) fizeram tremer a equipa no confronto direto e na Madeira (empate comprometedor). Por outro lado,  apostou em jogadoras sérvias quando os maiores talentos estão na América.
Do lado da direção, notou-se um certo abandono que se refletiu na crença da equipa na hora H. Esta época e ao contrário das anteriores (com Bruno de carvalho), esta Direção nunca permitiu que as leoas jogassem no estádio de Alvalade.

Dos restantes clubes, as descidas de Vilaverdense e Boavista têm justificação.
O Boavista perdeu as suas melhores jogadoras para a Ovarense e Valadares. Quando construiu o seu plantel, já foi tarde. Já não havia jogadoras de qualidade disponíveis, fazendo refletir a negligência da Direção do clube na gestão do plantel.
Do lado do Vilaverdense, também foi delapidado pelo Benfica e pelo Braga. Acredito que ambos virão mais fortes.

Destaque ainda para a presença de quatro treinadoras. É pouco, mas mais que no passado: Alfredina Silva, Paula Pinho, Mara Vieira e Madalena Gala.

Aliás, Mara Vieira protagonizou um cenário nada recorrente por estas bandas: estar grávida! :)


Descem duas equipas do Norte, mas sobe o Benfica (e que vai jogar para ser campeão na próxima época) e outra equipa que ainda está por apurar (Cadima, Grijó ou Amorim)

quarta-feira, 1 de maio de 2019

A conclusão da Liga Revelação


Chegou ao fim a primeira edição da Liga Revelação.

Para se fazer o seu balanço, tem de analisar quais os seus objetivos e se foram atingidos ao não.
A grande finalidade desta nova competição era, como o próprio nome diz, dar espaço e visibilidade a jogadores jovens, recém saídos da formação ou provenientes de escalões inferiores. Ao jogarem com peers da mesma idade e experiência procurava-se potenciar a sua integração e facilitar a transição para as equipas principais.

Resultou?

-Clubes grandes
Os clubes com mais talentos não prescindiram das suas equipas B, exceção feita ao Sporting.  Isso foi comprometedor para o êxito da Liga Revelação.

O FC Porto nem sequer aderiu, o que desde logo retirou um ingrediente principal.

 O Benfica, o Braga e o Guimarães apostaram muito mais na sua equipa B na IIª Liga, colocando lá os seus internacionais jovens e maiores talentos. Muitos deles ainda são Sub 19.

A Liga Revelação funcionou para estes clubes para colocaram as suas terceiras linhas, a maioria jogadores contratados sem se perceber a real razão e que nunca irão chegar à equipa principal. Sabe-se sim que as suas aquisições foram um balão de oxigénio para os clubes pequenos que alienaram o seu passe.

Já o Sporting, a única SAD que apostou realmente na Liga Revelação ao prescindir da equipa B, acabou por ser vítima do próprio e contínuo desnorte e falta de estratégia do clube. 3 trocas de treinador. Muitos jogadores jovens foram emprestados a clubes da IIª Liga (Mafra, Farense, Paços, ...)


- Restantes clubes

Olhar para os planteis dos restantes clubes, fica a ideia de que o campeonato foi mais para os seus "investidores" colocarem os "seus" miúdos a jogar na expetativa de fazerem algum dinheiro com eles. Jogadores que vêm da China, de África, sabe-se lá com que condições a terem aqui um lugar ao sol.

Quando se anunciaram os participantes, estranhei ver clubes como o V. Setúbal que está em PER. Onde há dinheiro para sustentar uma segunda equipa?

Ou então o Cova da Piedade ou a Académica: um clube na 2ª Liga, precisa mesmo de uma segunda equipa para lançar jovens?


- Aposta na formação
Os grandes colocaram os melhores jogadores para a equipa B, o Sporting continuou a emprestar a clubes da 2ª Liga, os restantes clubes a apostar em jogadores das mais diversas nacionalidades e apostar nos mínimos olímpicos para cumprir regulamentos, levaram a que a aposta na formação neste campeonato fosse reduzida.

- Mediatismo
A TVI 24, os jornais fizeram alguma cobertura e nas redes sociais houve alguma divulgação.

- As estrelas
O D. Aves foi o campeão e talvez uma das equipas que melhor aproveitou o escalão sub 23: Luquinhas, Miguel Tavares, Rodrigues e Abdou já tiveram o lugar ao sol.
Kikas no Belenenses tem sido um destaques da Liga NOS.
No Sporting destaque para Matheus Nunes, Max, Paz e Pedro Mendes.
Costinha no Rio Ave (ainda sub 19) também se destacou.

Existem outros nomes a seguir, mas só o futuro dirá se esta competição valerá a pena. Nesta primeira edição, pareceu-me ter ficado aquém das expetativas e sobretudo ser redundante face à existência de equipas B.

sábado, 20 de abril de 2019

Leixões campeão nacional de voleibol feminino

O Leixões sagrou-se esta tarde tri campeão de voleibol feminino.

A competição tem sido dominada por equipas do Norte e esta época não foi exceção. Na final estiveram Leixões e Famalicense. O caneco veio para Leixões.

Para a próxima época o campeonato contará com o Sporting que subiu esta época de divisão.

domingo, 24 de março de 2019

Clássicos a atrair público no futebol feminino

Na Espanha e na Itália, fomos surpreendidos pelo mar de espetadores que assistiram nos estádios principais de Atlético de Madrid e da Juventus nas últimas semanas.

O que têm em comum?

Dois clubes mobilizadores de massas (devido ao futebol masculino) e que jogaram contra outros dois clubes com milhares de adeptos (Barcelona e Fiorentina).

Clássicos, bom futebol, vontade de vencer o jogo, vencer barreiras, vencer estereótipos.

Por cá, Sporting, Benfica e Sp. Braga já começaram a apostar na modalidade. Falta o V. Guimarães e o FC Porto. De que estão à espera?