domingo, 8 de março de 2020

Dia da Mulher - Como estamos em 2020?

Hoje, domingo, é dia da mulher.

Em 2020, nem uma chamada de capa nos jornais desportivos. Mesmo com as suas edições especiais dominicais.
O Record prefere falar da Geração Z em vez de falar do peso do desporto feminino.

Olhando para o panorama nacional vêm-se cada vez mais mulheres a praticar desporto federado, seja sénior ou formação. Não obstante uma maior aposta dos clubes, têm ainda um peso muito reduzido.

Nos desportos coletivos, começam a dar os primeiros passos, em particular na modalidade mais popular em Portugal, o futebol. Hoje ainda são pouco conhecidas o nome das jogadores e nas individuais talvez Patrícia Mamona, Telma Monteiro e Vanessa Fernandes sejam as mais conhecidas.

No futebol, a FPF desenvolveu um programa muito eficaz ao trazer primeiro Sporting e Braga para o campeonato principal com equipas semi-profissionais, juntando-se entretanto o Benfica com uma equipa robusta.
Nos últimos anos, houve um aumento da competitividade no país, com (muito) mais atletas e treinadoras. Ainda assim, olhando para as estatísticas, apenas metade das equipas da Liga NOS tem futebol feminino (o FC Porto de Pinta da Costa não tem!) e apenas 2 em 16 equipas da 2ª Liga têm a modalidade. 
Ao nível geográfico, inacreditavelmente, no Algarve, há apenas 2 equipas, uma sénior (Guia), outra júnior (Marítimo Olhanense). Os históricos algarvios não adoptam a modalidade!
Nos 3 distritos alentejanos, em Bragança e em Vila Real há apenas uma equipa (Lus. Évora, AD Paredes e Vila Real).
Clubes como o FC Porto, Ac. Viseu, U. Leiria, Beira Mar, Leixões, Belenenses, Académica ou Portimonense não têm futebol feminino e alguns nem sequer modalidades femininas além do futebol. Referi clubes históricos, representantes de grandes cidades e muitos adeptos que têm responsabilidades acrescidas.
É pouco, muito pouco.


Nas restantes modalidades, o cenário é desolador. 
Escapa o voleibol onde estão os grandes clubes portugueses, ainda assim muito concentrados em Porto, Lisboa e Braga. Um campeonato de elite com poucas equipas e atletas.

Se olharmos para o mapa de treinadoras, é pior. Nas equipas femininas, os treinadores continuam a ser homens. Mulheres são poucas. Conheço só alguns nomes no futebol e são muito poucas: Paula Pinho, Madalena Gala, Mara Vieira, Mara Vieira, Joana Rosa, Joana Maia, Rita Castro Silva e Susana Covas. Pouquíssimas.

Ao nível do dirigismo, é quase vergonhoso. Com futebol, há apenas uma presidente. Chama-se Maria João Figueiredo e é presidente do Feirense. No futsal há Adelaide Raimundo no Burinhosa.

E que tal, os clubes deixarem as imagens bonitas nas redes sociais do Dia da Mulher e adotarem as modalidades femininas?

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