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quinta-feira, 24 de setembro de 2020

Liga BPI 20/21: Antevisão



Esta edição da Liga BPI tem mais equipas. Isso é bom porque os planteis parecem estar bem reforçados, com muitas caras novas e talentosas e bastante equilíbrio nas séries. Os três grandes desinvestiram nesta época abrindo espaço a jogadoras mais jovens e pouco mediáticas.


8 equipas foram beneficiadas com a subida administrativa. As grandes apostas na 2ª Divisão em 19/20 estão agora na Liga BPI.


A Zona Norte é a mais equilibrada.

Coloco Sp. Braga e Famalicão num patamar.  Depois Valadares, Condeixa e Gil Vicente noutro.

O Sp. Braga parece ter desinvestido no plantel, com várias saídas importantes como a Francisca Cardoso, a Vanessa, a Barbara e Rute Costa. Sem grandes reforços, mantiveram-se Lara Luís e Dolores Silva.

O Famalicão manteve a sua estrutura-base reforçando-se com Rute Costa na baliza e 9 jogadoras estrangeiras. Foi buscar (e pagar) talento fora. João Marques mantém-se na liderança.

Depois temos as restantes oito equipas que estão ao mesmo nível e vai ser esse equílibrio que vai tornar o campeonato interessante.

O Valadares manteve o plantel e a equipa técnica da casa (Nuno Oliveira e Joana Oliveira). Várias brasileiras que chegaram do Paio Pires e Lúcia Alves são os grandes reforços numa equipa sem grandes saídas.

O Gil Vicente renovou grande parte do seu plantel. Apostou num treinador jovem mas com experiência. As contratações foram cirúrgicas. Jogadoras bem conhecidas do treinador e da liga portuguesa (grande parte delas foram treinador por José Rui Pereira no Vilaverdense). Jogadoras medianas que colocam o Gil Vicente bem posicionado para 1ª parte da classificação.

O Boavista tem um plantel muito jovem e teve um campeonato fácil na época passada. Parece-me um pouco frágil face à concorrência. Porém apresenta reforços norte americanas conhecidas do treinador Fábio Barros. E isso equilibra o plantel.

O Fiães foi uma enorme surpresa na época passada! Paulo Campino fez um grande trabalho e vai agora apresentar as suas atletas à Liga BPI. Muita curiosidade para as conhecer, porém a falta de experiência pode ser um problema.

A Ovarense costuma ter muitos problemas e tem-se mantido sempre  "à rasca". Esta época manteve as suas figuras o que é bom porque dá consistência e progresso no trabalho feito e foi-se reforçar ao Algarve. Espera-se uma equipa equilibrada.

O Albergaria mantém a sua treinadora de há anos. A única mulher na Zona Norte. Manteve a sua estrutura-base e a garra habitual.

O Cadima teve muitas dificuldades na época passada. Esta época não traz reforços significativos. Mantém o plantel jovem, o seu treinador ambicioso (mas tem que tudo para provar ...) e foi buscar jogadoras ao Lordemão. Antevejo dificuldades.

Por fim o Condeixa. Surpreendeu-me José Sobral sair. Chegou Marco Ramos, mais um treinador da Zona Centro com futebol feminino no currículo e que tinha andado "escondido". Manteve o plantel forte de outras épocas e manteve a sua melhor jogadora: a Tita. Expetativas elevadas para uma época tranquila. 


Agora a Zona Sul.

Acho-a muito mais competitiva que a Zona Norte. Não vai ser uma série nada fácil! Muito talento e aposta dos clubes participantes.

Coloco Benfica, Sporting e Amora como favoritos. 

Torreense, Estoril, F. Benfica e Marítimo num patamar. 

Os restantes vão lutar para não descer e decidirem-se nos confrontos diretos.


O Benfica desinvestiu no futebol feminino. Dispensou as caras jogadoras internacionais estrangeiras (incluindo Darlene), bem como algumas atletas nacionais para a Zona Norte. Vão surgir novas protagonistas da formação e chegam Carole Costa e Matilde Fidalgo. Mantém Cloe e Dani. Não vai ser a equipa arrebatadora da época passada, mas vai lutar pelo título.

O Sporting manteve Susana Covas e também desinvestiu. Saiu Diana Silva, mas mantiveram-se as guarda redes, Ana Borges, as Pintos e Raquel. Entrou Mónica Mendes. As melhores estão lá e tornam a equipa mais forte. Candidata ao título.

O Amora promete muito. Um plantel estruturado, com as dispensas dos candidatos e muito competitivo. Um misto de jovens internacionais talentosas com jogadoras experientes. O treinador Ademar Colaço vai-se estrear na Liga BPI. Candidato claro à primeira parte da tabela.

F. Benfica é um histórico. Mantém a sua treinadora, Madalena Gala, e mais uma vez manteve o seu núcleo duro. Sem entradas nem saídas de registo, o que significa expetativas alinhadas com a época anterior.

O Estoril mantém a sua equipa discreta, sem grandes individualidades mas muito regular. Há uma grande aposta na formação. Por isso vai estar na luta pelos lugares do meio da tabela.

O Marítimo, desde que está, na 1ª Liga apresenta-se com planteis muito interessantes, praticamente só com madeirenses e com 3 ou 4 desequilibrados. Elas mantêm-se no plantel, que esta época profissionalizou algumas das suas atletas.

O Torreense manteve o seu experiente treinador, Nuno Cristóvão, e a base do plantel que valeu a subida administrativa. Isto significa uma antevisão de uma época tranquila e muita curiosidade para conhecer estas atletas de um projecto muito forte para 2ªD na época passada.

Agora, um terceiro grupo que parece abaixo dos restantes:  A dos Francos, Ouriense e Damaiense.

O A dos Francos na época passada atrasou-se muito na preparação e quando deu por si já não tinha atletas disponíveis. Isso refletiu-se na péssima época que fez, com um plantel muito fraco para a liga principal. Esta época contratou Isabel Cardoso (mais uma mulher- treinadora). Apostou forte em jogadoras internacionais e é uma incógnita.

O Ouriense tem um plantel interessante. O problema é que a concorrência está acima. Vai dar luta e vai vender caro os seus jogos. Renato Fernandes vai ter um grande desafio pela frente e as suas jogadoras vão ter uma montra.

Por fim o Damaiense, que subiu devido a uma perda administrativa de pontos do Atlético. Contratou o treinador das juniores do Benfica e obteve a cedência de 10 (!!!) juniores do Benfica. Não sei qual o interesse disto e sequer se a FPF deveria permitir. Os jogos entre Damaiense e Benfica terão um enorme conflito de interesses. Esta situação além de não fazer sentido, tira interesse.

domingo, 8 de março de 2020

Dia da Mulher - Como estamos em 2020?

Hoje, domingo, é dia da mulher.

Em 2020, nem uma chamada de capa nos jornais desportivos. Mesmo com as suas edições especiais dominicais.
O Record prefere falar da Geração Z em vez de falar do peso do desporto feminino.

Olhando para o panorama nacional vêm-se cada vez mais mulheres a praticar desporto federado, seja sénior ou formação. Não obstante uma maior aposta dos clubes, têm ainda um peso muito reduzido.

Nos desportos coletivos, começam a dar os primeiros passos, em particular na modalidade mais popular em Portugal, o futebol. Hoje ainda são pouco conhecidas o nome das jogadores e nas individuais talvez Patrícia Mamona, Telma Monteiro e Vanessa Fernandes sejam as mais conhecidas.

No futebol, a FPF desenvolveu um programa muito eficaz ao trazer primeiro Sporting e Braga para o campeonato principal com equipas semi-profissionais, juntando-se entretanto o Benfica com uma equipa robusta.
Nos últimos anos, houve um aumento da competitividade no país, com (muito) mais atletas e treinadoras. Ainda assim, olhando para as estatísticas, apenas metade das equipas da Liga NOS tem futebol feminino (o FC Porto de Pinta da Costa não tem!) e apenas 2 em 16 equipas da 2ª Liga têm a modalidade. 
Ao nível geográfico, inacreditavelmente, no Algarve, há apenas 2 equipas, uma sénior (Guia), outra júnior (Marítimo Olhanense). Os históricos algarvios não adoptam a modalidade!
Nos 3 distritos alentejanos, em Bragança e em Vila Real há apenas uma equipa (Lus. Évora, AD Paredes e Vila Real).
Clubes como o FC Porto, Ac. Viseu, U. Leiria, Beira Mar, Leixões, Belenenses, Académica ou Portimonense não têm futebol feminino e alguns nem sequer modalidades femininas além do futebol. Referi clubes históricos, representantes de grandes cidades e muitos adeptos que têm responsabilidades acrescidas.
É pouco, muito pouco.


Nas restantes modalidades, o cenário é desolador. 
Escapa o voleibol onde estão os grandes clubes portugueses, ainda assim muito concentrados em Porto, Lisboa e Braga. Um campeonato de elite com poucas equipas e atletas.

Se olharmos para o mapa de treinadoras, é pior. Nas equipas femininas, os treinadores continuam a ser homens. Mulheres são poucas. Conheço só alguns nomes no futebol e são muito poucas: Paula Pinho, Madalena Gala, Mara Vieira, Mara Vieira, Joana Rosa, Joana Maia, Rita Castro Silva e Susana Covas. Pouquíssimas.

Ao nível do dirigismo, é quase vergonhoso. Com futebol, há apenas uma presidente. Chama-se Maria João Figueiredo e é presidente do Feirense. No futsal há Adelaide Raimundo no Burinhosa.

E que tal, os clubes deixarem as imagens bonitas nas redes sociais do Dia da Mulher e adotarem as modalidades femininas?

domingo, 3 de novembro de 2019

Primeiras impressões do futebol feminino 19/20


Estamos a 3 de Novembro e depois das primeiras jornadas e de conhecermos os planteis já podemos ter algumas impressões sobre o futebol feminino 19/20.

- Luta a três na Liga BPI
Já se esperava a confirma-se. A Liga está mais competitiva e este ano temos três equipas a lutar pelo título de futebol feminino: Benfica, Sporting e Sp. Braga.
Nos três planteis existem jogadoras de seleção portuguesa e várias internacionais estrangeiras. O Benfica optou pela jogadora brasileira, o Sporting pela brasileira e de Leste, o Braga é mais multinacional optando pela brasileira, americana, camaronesa, nigeriana e venezuelana.
É bom, é mau? Acho que tem coisas boas e coisas menos boas. Vejo-o como uma dor de crescimento, havendo espaço para todas.

- Campeonato tranquilo de 6 equipas
O Futebol Benfica mesmo tendo perdido várias jogadoras para o Amora, tem mantido os bons resultados (falta ainda jogar com os grandes de Lisboa).
O Valadares tem tido alguma irregularidade, mas está a equipa guerreira habitual.
O Albergaria vai-se reinventando todas as épocas. Nesta "só" perdeu a melhor marcadora para o Famalicão, mas tem estado bem.
O Ouriense reforçou-se bem e está no meio da tabela. O Marítimo continua a surpreender.
Já o Estoril, tal como em 18/19 não está a começar a época muito bem, mas tem capacidade para mais e vai recuperar.

- Luta a três pela permanência
Tal como esperado: Cadima, Ovarense e A dos Francos. Os três já levaram com alguns grandes. Vão ser nos confrontos diretos que tudo se vai decidir.

- Betinha, uma das revelações
É da Ovarense e tem 29 anos. Os seus golos têm sido nota de destaque nas primeiras jornadas. Darlene segue imparável.

- Maior visibilidade
O canal Onze tem ajudado, mas os clubes também feito o seu trabalho de casa. Mais dinamismo, mais projeção, mais notícias.
Internacionalmente, Portugal começa a dar nas vistas, devido à boa performance do Braga na Liga dos Campeões e às jogadoras portuguesas que começam a aparecer nos planteis dos "grandes" europeus e que passaram pela Liga BPI.

- Muitos candidatos à subida 
Na 2ª Divisão, existem muitos (e talvez demasiados) candidatos à subida: Famalicão, Gil Vicente, Amorim, Feirense, Amora e Torreense.
Destes diria que Famalicão e Amora, pela experiência das suas jogadoras, são favoritas. Ambos foram contratar à Iª Divisão (Valadares e F. Benfica, respetivamente).
Não incluo o V. Guimarães, que esta época não vai jogar para subir. Tem qualidade, mas talvez na próxima época possa subir, dada a juventude do plantel e inexperiência. O Paio Pires poderá surpreender, dado o seu plantel internacional. O Fiães deverá fazer um bom campeonato também.

- Troca por troca
Nos seniores, entraram 21 equipas  e desistiram 8. É bom este crescimento, mas há muitos cenários diferentes.
i) Desistiu o Sandinenses, entrou o Brito.
ii) Desistiu o Ribeirão, porque o seu plantel foi dividido pelo Amorim, Gil Vicente e Famalicão. As suas juniores foram quase todas para o Famalicão.
iii) Desistiu o Cesarense, entrou o Feirense.
iv) Entra o Correlhã, desistiu o Limianos (futsal).
v) Entra o Pombal, desistiu o Segodim (futsal) e o Casa Benfica Pombal (futsal).
vi) Entra o Estação, desistiu o Fundão (futsal).
iii) Entrou o Bragalona e o Vila Real com a promoção da sua equipa júnior. Ainda muito jovens, não é andar demasiado rápido? Faz sentido?

- O curioso projeto do Felgueiras
É curioso ver o diferente perfil (e capacidade financeira) dos novos clubes.
Enquanto vemos o Famalicão a investir bastante no seu plantel na IIª Divisão, contratando jogadoras da Liga BPI, assistimos ao Felgueiras a dar oportunidade a jovens inexperientes, a maioria das quais sem nunca ter jogado. Claro que os resultados são diferentes, mas é positivo ver projetos como os do Felgueiras, onde impera o amor à camisola. A questão é: não desistirão as suas jogadoras até ao fim da época? Será sustentável?

- Parcerias brasileiras e ausência de projetos
Valadares e Paio Pires apresentam "parcerias" com agentes brasileiros. Se no Valadares há um projeto de formação e todos os anos a concorrência vem buscar jogadores, no Paio Pires é diferente.
Criou a equipa sénior com metade do plantel a serem jogadoras brasileiras "de passagem". Qual o interesse deste tipo de projetos? Que valor acrescentado traz? Quem o financia, são jogadoras amadoras? O que ganha o campeonato e a modalidade? Para o ano, como se mantém a sua sustentabilidade?

- Cobertura geográfica
Esta época com a entrada de novos clubes nos seniores e sub 19, praticamente todo o país está representado. Este fenómeno de crescimento está claramente concentrado no litoral e nas grandes cidades.
Esta época temos:
i) Algarve: 3 equipas em 19/20 face a 1 do ano anterior.
O Guia mantém-se nos seniores, entram Marítimo Olhanense e Ferreiras no sub 19.
ii) Alentejo: Desistiu uma (Santo António). Entra uma (Lus. Évora). Mantêm-se Mil Fontes e Ourique. Saldo positivo!
iii) Castelo Branco: Entrou a primeira equipa (Estação). Há três época havia o Beira Baixa United que desistiu e como já disse, algumas jogadoras do Estação vieram do Fundão Futsal que desistiu).
iv) Guarda: Sem novidades: mantém-se os bastiões Seia e Fund. Laura Santos
v) Viseu: Sem novidades: mantém-se os bastiões Lusitano Vildemoínhos, Nelas, Nespereira e VN Paiva.
vi) Bragança: Sem novidades: mantém-se a AD Paredes
vii) Vila Real: O Vila Real mantém-se o único clube, agora só com seniores.
viii) Viana do Castelo: passou de uma para três equipas: o Âncora passou de juniores, para juniores e seniores e o Correlhã aderiu (com o plantel do Limianos futsal que desistiu).
Seja como for, é bom ter mais equipas e em todo o país. Falta Portalegre.

- As treinadoras
Infelizmente o crescimento dos clubes e atletas não acompanha o nº de treinadoras. Porém, a parte boa é que também não há menos treinadoras que em 18/19. Susana Cova, Gabriela Liberato, Isa Coelho e Sandra Caires são as novidades.
Paula Pinho, Mara Vieira, Mariana Cabral, Joana Rosa, Rita Castro Silva e Joana Maia mantêm-se.

- Ainda faltam clubes com dimensão nacional
Este fenómeno ainda não conquistou alguns clubes que trariam mais desenvolvimento à modalidade: FC Porto, Tondela, Portimonense, Farense, Leixões são exemplos.

Em suma, as primeiras impressões são muito positivas.

sábado, 14 de setembro de 2019

Kick off 19/20 Liga BPI feminina


Amanhã começa a época 19/20 de futebol feminino que promete ser muito mais competitiva que nas três épocas anteriores.
O Benfica é a grande novidade e a aposta é forte do clube da Luz.  Em vez de 2 jogos emocionantes, teremos 6 o que é ótimo para a modalidade. 
Esta entrada, vai trazer uma nova dinâmica e visibilidade ao campeonato. Aliás, nunca se falou tanto do futebol feminino como agora.

Esperam-se jogos desequilibrados, mas menos que nas épocas anteriores. O nível competitivo vai ser maior. Antecipo 3 equipas a lutar pelo título e esmagar as restantes, mais 3 equipas para 4ª a 6ª lugar e as restantes a lutar pela permanência. Três níveis de campeonato.


Com muitas jogadores estrangeiras e várias internacionais portuguesas, o Benfica tem um novo treinador: Luís Andrade. Vai jogar para ganhar e até já foi anunciada a inclusão do Estádio da Luz nas partidas em casa. Um plantel muito forte que é um grande favorito a ser campeão.

O Sp. Braga é o campeão em título, mas torno a questionar algumas opções técnicas. Miguel Santos tem um plantel mais forte que no ano passado, com várias jogadoras internacionais. A renovação do título vai depender muito do onze que escolher nos jogos decisivos com o Benfica. Porque boas jogadoras e na hora H coloca-las no banco não é solução.

O Sporting parece partir um pouco atrás. Conseguiu manter Ana Borges e Diana Silva, mas os reforços são poucos. Louve-se a aposta numa mulher para treinadora: Susana Covas. O sucesso do Sporting vai ser decidido nos detalhes tal como o Braga. Porém o arrojo e a própria utilização do estádio de Alvalade, aquando da presidência de Bruno de Carvalho, parecem ter desaparecido.

Estes três vão lutar pelo título e estão uns passos à frente.

Para o 4º, 5º e 6º lugar, antecipo uma luta a três: F. Benfica, Valadares e Estoril.

O F. Benfica e Valadares mantêm as suas treinadoras. Duas mulheres no comando.
O F. Benfica perdeu algumas das suas titulares para a IIª Divisão, mas mantém o seu núcleo duro. O Valadares perdeu Sara Alves para o Benfica e foi-se reforçar no mercado brasileiro.
O Estoril fez umas trocas com o Benfica de jogadoras, mas mantém a sua competitividade.

Na 2ª metade da tabela, antecipo as restantes equipas.

Do Marítimo espera-se a garra da época passada. Constituída essencialmente por jogadoras madeirenses e sempre com jogos complicados em casa (o Sporting perdeu lá pontos em 18/19), vai dar a luta da época passada. Até porque as adversárias virão desgastadas com a viagem.

No Albergaria, mais um mercado ativo. Daniela Silva surpreendeu ao sair para a 2ª Divisão e é uma baixa de vulto. Paula Pinho vai ter de se reinventar mais uma época. Aliás esta treinadora é marco na modalidade em Portugal.

O Ouriense reforçou-se bem. Alguns regressos de qualidade ao clube, não vai ter grandes dificuldades em se manter.

Do Ovarense esperam-se melhorias face à época passada. Manteve o plantel, depois do trabalho de construção de equipa que teve em 18/19. Esta época espera-se a consolidação do plantel, novamente orientado por Sérgio Barreto. Acredito também que algumas atletas darão nas vistas.

O Cadima anda num sobe e desce, fruto da qualidade do plantel. Sem estrelas, tem um treinador carismático e um grupo muito coeso. Vai ter de dar tudo nos jogos determinantes.

Por fim o A dos Francos, o grande candidato à descida. Um plantel construído muito tardiamente, com um fuga do talento para concorrentes diretos e para o Torreense. As substitutas vêm da 2ª Divisão e sem grande currículo. Será o bombo da festa?

Para estas seis, vão ser os confrontos diretos que vão determinar a permanência de cada equipa.

 Sobre a 2ª Divisão aguardo pela constituição das séries para opinar, mas candidatos não faltam o que é expectável com a chegada de mais clubes à modalidade. Até agora,  Famalicão, Gil Vicente, V. Guimarães (as três reforçadas pelo Sp. Braga B), Amorim, Condeixa, Feirense, Fiães, Torreense e Amora prometem surpreender. Muitos bem reforçadas, com atletas de liga principal e sobretudo projetos credíveis fazem crer que só duas vagas será pouco para tanto talento.

quarta-feira, 12 de junho de 2019

Muitas adesões ao futebol feminino

Nas últimas semanas têm sido vários os clubes a anunciar a criação e captações para o futebol feminino nos seus quadros.

Não sabemos se todos irão conseguir criar equipa nem quantas equipas vão desistir ao nível sénior, mas registo para já a seguinte lista (11):
- Âncora Praia
- Mouquim (Famalicão)
- Famalicão
- V. Guimarães
- Felgueiras
- Fanzeres (Gondomar)
- Feirense
- Sp. Pombal
- CAC Pontinha
- At. Cacém
- AD Pasteis

Nos escalões de formação (sub 19) registo: Famalicão, Ponte da Barca, Chafé, Feirense, Atlético CP, V. Guimarães, Ereira e At. Malveira. Sem escalão: Eixense, Zambujalense e Bobadelense.

Este dinamismo é muito positivo, perante um fenómeno que está a crescer na Europa e por conseguinte em Portugal. A presença de mais clubes, traz mais mulheres e combate a enorme desigualdade de género.
Pintei a negrito os clubes com academias e infraestruturas acima da média, com muita massa adepta. A projeção e condições dadas a estas jogadoras pode-se equiparar ao masculino e até a partilha de scout e tecnologia avançada de treino só possível nestes clubes.

Porém , tenho uma preocupação. 
Neste momento haverá assim tantas jogadoras seniores para tantos clubes?
Estarão alguns clubes a criar equipa só porque sim, mas sem projeto?

Pela dimensão e projeto, vamos ter uma série A na 2ª Divisão de loucos com Famalicão, V. Guimarães e Gil Vicente na luta pela subida, com o Braga B a dificultar. Vai ser dificil às rrstantes equipas manter o nível competitivo. Na Série B, vamos ter Boavista e Feirense a disputar as melhores. No Sul do país, já com os grande Lisboa a monopolizar as melhores (equipa A + equipa B) e o Fut. Benfica e Torreense a tentar os restos, não se esperam grandes novidades.
No Algarve, infelizmente só há uma equipa: o Guia. Não sabemos se vai continuar o projeto, mas os "grandes" algarvios também deviam acordar.


FC Porto, Rio Ave e Belenenses desistiram nestes dois últimos anos. Deviam voltar ao projecto!
Portimonense, Farense, Olhanense, D. Chaves, Varzim, Beira Mar, Sp. Espinho, U. Leiria, Académica, Sp. Covilhã, entre tantos outros fazem falta. Não só pelas condições de trabalho que podem proporcionar, mas pela massa adepta e pelo que representam socialmente.

domingo, 5 de maio de 2019

Sp. Braga campeão de fut feminino (Análise)


À terceira foi de vez!

Ao fim de três anos, o Sp. Braga sagrou-se campeão nacional de futebol feminino.

Vamos ao início da época.
António Salvador manteve a aposta no futebol feminino mas foi obrigado a alterações forçadas. Se por um lado manteve o treinador Miguel Santos, perdeu várias jogadoras para o Benfica (no caso de Sílvia Rebelo até foi um favor que o Benfica fez) e ainda Andreia Norton. Para colmatar essas falhas, foi contratar jogadores estrangeiras, com outra rodagem e experiência.
Foi uma aposta feliz. O Braga venceu logo a Supertaça, com a sorte na lotaria dos penalties. Ao longo do campeonato não vacilou e foi mais forte no confronto direto com o Sporting, algo que não conseguiu no passado.
Hoje sagrou-se campeão nacional. Vem para o Norte e é inédito. Parabéns ao Braga.

O Sporting manteve a sua estrutura, mas alguns erros táticos e de opção (Diana Gomes no banco?) fizeram tremer a equipa no confronto direto e na Madeira (empate comprometedor). Por outro lado,  apostou em jogadoras sérvias quando os maiores talentos estão na América.
Do lado da direção, notou-se um certo abandono que se refletiu na crença da equipa na hora H. Esta época e ao contrário das anteriores (com Bruno de carvalho), esta Direção nunca permitiu que as leoas jogassem no estádio de Alvalade.

Dos restantes clubes, as descidas de Vilaverdense e Boavista têm justificação.
O Boavista perdeu as suas melhores jogadoras para a Ovarense e Valadares. Quando construiu o seu plantel, já foi tarde. Já não havia jogadoras de qualidade disponíveis, fazendo refletir a negligência da Direção do clube na gestão do plantel.
Do lado do Vilaverdense, também foi delapidado pelo Benfica e pelo Braga. Acredito que ambos virão mais fortes.

Destaque ainda para a presença de quatro treinadoras. É pouco, mas mais que no passado: Alfredina Silva, Paula Pinho, Mara Vieira e Madalena Gala.

Aliás, Mara Vieira protagonizou um cenário nada recorrente por estas bandas: estar grávida! :)


Descem duas equipas do Norte, mas sobe o Benfica (e que vai jogar para ser campeão na próxima época) e outra equipa que ainda está por apurar (Cadima, Grijó ou Amorim)

domingo, 24 de março de 2019

Clássicos a atrair público no futebol feminino

Na Espanha e na Itália, fomos surpreendidos pelo mar de espetadores que assistiram nos estádios principais de Atlético de Madrid e da Juventus nas últimas semanas.

O que têm em comum?

Dois clubes mobilizadores de massas (devido ao futebol masculino) e que jogaram contra outros dois clubes com milhares de adeptos (Barcelona e Fiorentina).

Clássicos, bom futebol, vontade de vencer o jogo, vencer barreiras, vencer estereótipos.

Por cá, Sporting, Benfica e Sp. Braga já começaram a apostar na modalidade. Falta o V. Guimarães e o FC Porto. De que estão à espera?



domingo, 9 de setembro de 2018

Sp. Braga conquista Supertaça em futebol feminino

Finalmente o Sp. Braga entrou na história do futebol feminino e conquistou a Supertaça frente ao Sporting.

O jogo foi equilibrado, com um penalty precipitado sobre Ana Borges de um reforço do Braga convertido pelo Braga.
Perto do fim, na sequência de um lançamento lateral Francisca Cardoso marcou o empate.
Não houve o efeito Ana Capeta e nas penalidades o Braga foi feliz. Surpreendeu-me, contudo, Laura Luís ter ficado no banco.

O Braga já merecia um título!

segunda-feira, 7 de maio de 2018

Sporting campeão de futebol feminino

Em pleno estádio de Alvalade, a equipa do Sporting sagrou-se campeã de futebol feminino.
Desfecho esperado onde apenas o Sp. Braga e o Estoril conseguiram empatar a equipa.