Mostrar mensagens com a etiqueta Liga Nos 21/22. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Liga Nos 21/22. Mostrar todas as mensagens

sábado, 16 de abril de 2022

A decadência dos clubes do Centro de Portugal

 


Em tempos tivemos Académica, Beira Mar, Naval, U. Leiria, Tondela, Ac. Viseu e Sp. Covilhã a representar a Zona Centro nos campeonatos profissionais.

Uma a um foram caindo os bastiões. 

Beira Mar e U. Leiria foram no engodo das SAD's e dos "investidores" com mais olhos que barriga e com intenções questionáveis. Tiveram que começar do zero e não conseguem sair dos escalões inferiores.

A Naval sempre foi muito dependente do mecenato do seu presidente, Aprígio Santos. Protagonizou, lembro-me, um lamentável despedimento de Francisco Chaló ao fim de 4 jogos com 2 empates. Além do clube, até o estádio foi abandonado.

Agora, cai a Académica. Uma das poucas SDUQ que existem em Portugal, mas com muita história. Reflete o espírito ultrapassado que vai na cidade, infelizmente. Muito distante dos seus adeptos, cujo reflexo são as redes sociais completamente abandonadas. Pedro Roxo teve a ideia de criar (e desperdiçar dinheiro) numa equipa Sub 23, sabe-se lá porque razão, cujos resultados (não) se vêm. Uma completa ausência de aproveitamento das segundas linhas.

Os outros não estão melhores: Tondela quase a descer da Liga Bwin. Académico de Viseu e Sp. Covilhã por um fio na Liga II.

Se o Tondela e Covilhã também são SDUQ, já o Viseu tem investidores recentes  e um plantel com nomes caros.

Perante a diversidade de cenários, é interessante perceber porque razão a Zona Centro vai perdendo cada vez mais influência no futebol nacional. 

Uma das razões é a centralização em torno de Lisboa das decisões e do talento. No Norte, também mas menos. 

Por outro lado, temos uma dificuldade enorme dos clubes mais modestos e ponderados em atrair talento, seja ao nível salarial, seja ao nível da exposição mediática. Poucos ou nenhuns jogadores saem dos escalões de formação para as equipas principais.

Ao nível dos adeptos, vemos estádios enormes despidos de público, redes sociais sem dinâmica (a da Académica é quase inexistente) e um desinteresse coletivo. 

Alguns clubes mantêm-se sem investidores (SAD's), mas isso vale o que vale.

Se acho que a Académica vai dar um passo atrás para dar dois à frente, não acho. O futuro é dos clubes em torno do Porto e Lisboa e dos bons investidores.

Foto: Desportubol

sábado, 5 de fevereiro de 2022

Treinadores - a nova tendência dos grandes portugueses



As crises financeiras trazem novas oportunidades.

Quando os clubes/SAD's se vêm privados de contratações, viram-se para dentro, seja para a formação, seja para o mercado nacional.

Nos anos mais recentes, tem sido o caminho do FC Porto, do Sporting e do Sp. Braga.


Os resultados desportivos estão à vista, pois são os últimos campeões.


Hoje, ao ver a capa do jornal Record sobre o perfil do novo treinador Benfica, estava a ver o perfil de Sérgio Conceição, Ruben Amorim ou Carlos Carvalhal. Treinadores jovens, carismáticos e que fazem da aposta na formação no mercado português a sua bandeira.

Claro que isso tem custos desportivos no curto prazo, como está a acontecer ao Braga esta época, mas é um investimento para o futuro haja paciência.

Sérgio Conceição, líder do campeonato, está no FC Porto há 5 épocas. Foi duas vezes campeão e não foi por ter perdido três campeonatos que foi escorraçado. Bem pelo contrário. Tem valorizado jogadores como Luíz Diaz ou Sérgio Oliveira e potenciou a formação com Diogo Costa, Bruno Costa, Vitinha e Fábio Vieira como titulares na última jornada, João Mário e Francisco Conceição foram suplentes utilizados. Estamos a falar de 6 jogadores "Made in FC Porto".

Ruben Amorim está no Sporting há 2,5 anos, depois de muitas travessias no deserto. Foi campeão ao fim de décadas e pautou-se pela aposta intensa na formação. Gonçalo Inácio, Palhinha, Tiago Tomás, Jovane, Daniel Bragança e Matheus Nunes são os expoentes. Por outro lado, com menos dinheiro que os rivais apostou no mercado nacional, com Pedro Gonçalves, Nuno Santos, Paulinho e Ugarte a serem titulares indiscutíveis.

Já no Sp. Braga, Carlos Carvalhal está no clube há 2 épocas e beneficia de dois fatores: as apostas de Abel Ferreira, o sucesso desportivo de Ruben Amorim e a recente Cidade Desportivo que permitiu captar os melhores jogadores da região Norte. No último jogo, Bruno Rodrigues, Vitinha, Francisco Moura e Rodrigo Gomes somaram minutos, aos quais se juntam outros nomes a despontar como David Carmo e Roger Fernandes. Uma aposta corajosa de Carvalhal, com alguns custos é certo, mas no caminho ideal.


O Benfica, por sua vez, anda a desbaratar dinheiro em estrelas brasileiras e em treinadores de ego cheio. Tinha tudo para ser mais forte, mas está-se a revelar mais fraco. Mais uma época no "seco", sem vitórias e sem títulos. João Félix e Bernardo Silva são os nomes mais sonantes numa aposta tímida na formação que Bruno Lage procurou contrariar. Atualmente, Paulo Bernardo e Gonçalo Ramos são as apostas mas demasiado tímidas. O Benfica deve seguir o rumo dos rivais até porque tem infraestruturas e estrutura para isso. Tem de encontrar o treinador certo: carismático e sem medo dos jovens. 

Para estes sucesso, contribuíram as equipas B's.


No deserto que são os restantes clubes, destaco dois clubes: o histórico V. Guimarães. Desde Rui Vitória, que não tem havido quem aposte nos jovens vitorianos. Diga-se também com muita instabilidade no comando técnico. Dos juniores promovidos nessa altura de crise, nenhum singrou (Ricardo Pereira, Paulo Oliveira, Tiago Rodrigues). Pepa tem timidamente apostado, mas as exibições têm sido muito irregulares.

O outro clube é o Boavista que tem no seu banco de suplentes uma série de jovens boavisteiros das camadas jovens. Porém, como habitual, têm tido zero oportunidades. Nem Petit nem João pedro Sousa ousam dar-lhes minutos.