sábado, 5 de fevereiro de 2022

Treinadores - a nova tendência dos grandes portugueses



As crises financeiras trazem novas oportunidades.

Quando os clubes/SAD's se vêm privados de contratações, viram-se para dentro, seja para a formação, seja para o mercado nacional.

Nos anos mais recentes, tem sido o caminho do FC Porto, do Sporting e do Sp. Braga.


Os resultados desportivos estão à vista, pois são os últimos campeões.


Hoje, ao ver a capa do jornal Record sobre o perfil do novo treinador Benfica, estava a ver o perfil de Sérgio Conceição, Ruben Amorim ou Carlos Carvalhal. Treinadores jovens, carismáticos e que fazem da aposta na formação no mercado português a sua bandeira.

Claro que isso tem custos desportivos no curto prazo, como está a acontecer ao Braga esta época, mas é um investimento para o futuro haja paciência.

Sérgio Conceição, líder do campeonato, está no FC Porto há 5 épocas. Foi duas vezes campeão e não foi por ter perdido três campeonatos que foi escorraçado. Bem pelo contrário. Tem valorizado jogadores como Luíz Diaz ou Sérgio Oliveira e potenciou a formação com Diogo Costa, Bruno Costa, Vitinha e Fábio Vieira como titulares na última jornada, João Mário e Francisco Conceição foram suplentes utilizados. Estamos a falar de 6 jogadores "Made in FC Porto".

Ruben Amorim está no Sporting há 2,5 anos, depois de muitas travessias no deserto. Foi campeão ao fim de décadas e pautou-se pela aposta intensa na formação. Gonçalo Inácio, Palhinha, Tiago Tomás, Jovane, Daniel Bragança e Matheus Nunes são os expoentes. Por outro lado, com menos dinheiro que os rivais apostou no mercado nacional, com Pedro Gonçalves, Nuno Santos, Paulinho e Ugarte a serem titulares indiscutíveis.

Já no Sp. Braga, Carlos Carvalhal está no clube há 2 épocas e beneficia de dois fatores: as apostas de Abel Ferreira, o sucesso desportivo de Ruben Amorim e a recente Cidade Desportivo que permitiu captar os melhores jogadores da região Norte. No último jogo, Bruno Rodrigues, Vitinha, Francisco Moura e Rodrigo Gomes somaram minutos, aos quais se juntam outros nomes a despontar como David Carmo e Roger Fernandes. Uma aposta corajosa de Carvalhal, com alguns custos é certo, mas no caminho ideal.


O Benfica, por sua vez, anda a desbaratar dinheiro em estrelas brasileiras e em treinadores de ego cheio. Tinha tudo para ser mais forte, mas está-se a revelar mais fraco. Mais uma época no "seco", sem vitórias e sem títulos. João Félix e Bernardo Silva são os nomes mais sonantes numa aposta tímida na formação que Bruno Lage procurou contrariar. Atualmente, Paulo Bernardo e Gonçalo Ramos são as apostas mas demasiado tímidas. O Benfica deve seguir o rumo dos rivais até porque tem infraestruturas e estrutura para isso. Tem de encontrar o treinador certo: carismático e sem medo dos jovens. 

Para estes sucesso, contribuíram as equipas B's.


No deserto que são os restantes clubes, destaco dois clubes: o histórico V. Guimarães. Desde Rui Vitória, que não tem havido quem aposte nos jovens vitorianos. Diga-se também com muita instabilidade no comando técnico. Dos juniores promovidos nessa altura de crise, nenhum singrou (Ricardo Pereira, Paulo Oliveira, Tiago Rodrigues). Pepa tem timidamente apostado, mas as exibições têm sido muito irregulares.

O outro clube é o Boavista que tem no seu banco de suplentes uma série de jovens boavisteiros das camadas jovens. Porém, como habitual, têm tido zero oportunidades. Nem Petit nem João pedro Sousa ousam dar-lhes minutos.